Num mundo doido, onde as pessoas buscam paz, você pedia diversão e nada de paz, dizia que só queria paz depois da morte.
Era um rapaz convicto de que trabalho nenhum era bom, apenas necessário.
A vergonha de viver livremente não fazia parte da sua rotina, tinha o costume de pegar a namorada no colo no meio da avenida, vestida de saia, ela dizia que era pra ele colocá-la no chão porque todos os carros e pessoas que passavam ficavam olhando, ela morria de vergonha e raiva dele, e ele só dizia, “não devemos nada a ninguém!”. Andando de moto ele chamava ela para ir a outra cidade, e era tudo tão escuro, e depois de sair dos limites da cidade ele parava a moto no meio do nada, o único som era o silêncio a única imagem era o que os dois tinham ao olhar um para o rosto do outro, e em seguida o som do sorriso escandaloso dela, chamando ele de louco e que queria voltar, e ele voltava a andar, ela ficava louca, e só não admitia, mas gostava daquilo que ele fazia, e logo em seguida ele parou a moto, mas não porque ela brigava com ele, mas para beijar a namorada em meio ao nada. Momentos como este, marcaram a vida desses dois, e a convivência com esse namorado querido, fez dela uma pessoa melhor. Tudo para ele parecia ser simples, mas nem tudo era bom o suficiente.
Foste o seu melhor namorado, fazia planos, com a intenção de cumprir todos, era um cara de palavra. Quando ele dizia que alguma coisa não iria dar certo, é porque não ia dar mesmo, mas se dissesse o contrário é porque ia dar certo, ele ia dar um jeito de dar certo. E ela acreditava. E ela acredita!
Levava a vida de maneira que não deixava o trabalho e os estudos o sufocarem, não abria mão de estar com os amigos, mesmo que isso lhe custasse longas horas de viagem numa moto. Seus amigos não eram apenas simples amigos, eram irmãos. E eram o melhor lugar, o mais aconchegante, depois da sua família.
Na família ele era aquele tipo que sempre chama atenção, o que você sente mais falta quando viaja o que sempre ajuda a resolver os problemas. O que sempre da bronca na irmã mais nova porque ela não quer estudar. Sempre via solução em tudo, e dizia que ficar preocupado não iria resolver nada.
Fazia faculdade de direito e em nenhum momento tinha diálogos de um bom estudante de direito a não ser na sala de aula, ele preferia criar falas filosóficas e otimistas, tinha filosofias bem peculiares, dos seus próprios desejos, da maneira complexa e boa de como via a vida.
Adorava ler um bom livro, e ao longo da sua vida foi se tornando um ótimo leitor, desenvolvendo uma ótima capacidade de raciocínio, sempre que viajava levava com ele um livro a mão, ele gostava de temas complexos, a qual o entendimento não seria simples para qualquer um, mais era exatamente disso que ele gostava, de desafios.
A coragem acompanhava ele, juntamente com a tatuagem de herói que tinha no braço direito, marcas de um acidente que deixou ele viver, e no rosto traços fortes de um cara de muita coragem.
E depois de brigar tanto, ela acostumou com a barba dele
E ela não vai esquecer que ele adorava os cabelos cacheados dela
E que achava ela linda
E depois de sentir tantas saudades ela se convenceu de que gostava muito dele
E que por força suprema eles não poderiam ficar juntos
E que de onde você estiver ela pede desculpas por ter implicado tanto com a tua barba
E que apesar da distância ela ainda sabe que vai te encontrar um dia...
Enquanto isso você fica mais perto de Deus.
E. O.
